quinta-feira, 26 de junho de 2014

As Pedras de Elementra. Parte 2. Capítulo 12 - Parte 1 (Selion)


12. Miragens de um pesadelo.

Parte 1.


Abri meus olhos devagar. Parecia que havíamos desmaiado ou algo assim. Eu sentia uma dor de cabeça terrível.

-Melody...? – chamei por ela, um pouco zonzo.

Tudo ao redor parecia tremer e minha visão estava embaçada, mas eu consegui avistar Melody. Ela estava um pouco perto de mim, deitada no chão ainda inconsciente. Tentei me levantar, mas fui detido por uma força estranha. Rastejei até ela e tentei acordá-la.
Ela acordou depressa e piscou algumas vezes.

-S-Selion? Onde estamos? – ela passou a mão na cabeça.

A gravidade daquele lugar parecia mais forte, nos empurrando para baixo. Tudo tremia e girava ao redor. Melody parecia estar afetada por isso também. Tentei me levantar, mas a gravidade era mais forte do que eu. Me transformei em dragão, e usei a força extra obtida para me levantar. Consegui com muito esforço.
O estranho foi que ao conseguir me levantar a tontura e a dor de cabeça passaram. Melody parecia estar sofrendo mais do que eu estava, e tentava se levantar mas sem obter sucesso. Peguei sua mão e a ajudei.

-Que lugar é esse? Onde nós estamos? – Melody perguntou, enquanto esfregava seus olhos.

-Eu não sei. – observei ao meu redor.

Estávamos em uma espécie de clareira, cercados de árvore muito altas (muito altas mesmo!) e com uma enorme lua vermelha sob nossas cabeças. Sua cor era muito viva, parecia sangue, e a lua parecia pulsar no céu noturno negro. Não havia espaço entre as árvores, e elas se estendiam em direção a lua, nos prendendo em um grande círculo.

-Não temos tempo pra perder aqui! Vamos tentar voar lá para cima. – sugeri.

-Espere... O quê é aquilo? – Melody apontou para um ponto negro se movendo no ar.

Desviei minha atenção para o pequeno ponto preto se aproximando. Ele certamente não era amigável.

-Melody... Melhor se afastar dele... – alertei.

-Não se preocupe... Eu já percebi isso...

Nós dois andávamos de costas. O ponto nos seguia e se tornava cada vez maior conforme nós fugíamos dele. Estava claro que não era algo bom. Eu continuava me afastando, mas chegou um ponto que eu não podia mais. Bati minhas costas nas árvores e senti uma dor repentina. Me virei para elas e notei que elas estavam cheias de espinhos. Passei a mão nas minhas costas. Elas estavam sangrando.

-Melody! Não toque nas árvores! – escondi a dor que eu sentia para alertá-la.

Ela parou bruscamente antes de se machucar como eu.

-Espinhos... Essas árvores tinham isso antes? Espera... Você se feriu? – ela quis saber.

-Não, me virei a tempo. – menti com um sorriso falso, escondendo minha dor.

“Não é hora para pensar em ferimentos! Precisamos sair daqui!” pensei comigo mesmo.
Ouvi uma risada curta e abafada. Não fui eu, nem Melody. Será que vinha do ponto negro nos seguindo?
Notei que ele estava do nosso tamanho agora, e estava cada vez mais próximo. As árvores tapavam nossas cabeças, não havia como sair sem se machucar. Só havia uma opção.
Me aproximei do círculo enorme.

-Selion? O quê pretende fazer? – Melody perguntou.

-Uma grande besteira. – caminhei até o ponto.

Estiquei minha mão até ele e o toquei. Uma luz negra cobriu o lugar, e desviou a luz vermelha da lua. Minha voz e a de Melody foram abafadas e nossos olhos foram obrigados a se fechar.
A gravidade aumentou novamente, mas não fui jogado no chão.
Isso durou por alguns segundos, mas logo isso passou.

-O quê foi isso...? – perguntei quando meus olhos se abriram.

Melody olhava espantada para algo atrás de mim. Já presumi que não tinha nenhum sorvete ou pudim lá. Me virei depressa, e notei um monte de sombras. Sombras com o meu tamanho e formato.

-Como...? – tentei entender o que acontecia ali.

Milhares de sombras. Algumas com mãos e braços de dragão, outras com arcos apontados para nós.

-Isso não pode estar acontecendo... – Melody disse surpresa.

Os Selion’s em modo dragão rugiram ao mesmo tempo, numa frequência que feriu meus ouvidos. Fui forçado a tapar meus ouvidos e recuar para trás. Mas logo voltei e encarei todos eles.

-São só sombras... Não podem fazer como o original! – falei comigo mesmo e joguei bolas de fogo contra alguns deles.

O fogo simplesmente passou por eles sem atingi-los. Algumas sombras recuaram um pouco por causa disso, mas não as afetou muito.

-O fogo virou inútil contra vocês também?! – reclamei.

-Talvez sejam só ilusões... Que não possam nos ferir... – Melody se aproximou de mim.

-Tudo que eu sei, é que NÓS não podemos feri-los!

Melody conjurou uma espécie de lanças de gelo no ar e as jogo em direção das sombras. Quando elas os atingiram, elas explodiram iluminando o lugar. Todas as sombras continuaram lá, e para minha surpresa, mais apareceram.

-Essa não...

Todas as sombras começaram a se mover subitamente. Os com arcos e flechas miraram para o céu, prontos para atacar, e os metade dragão começaram a caminhar devagar, com um fogo negro cobrindo seu corpo.

“Existe a possibilidade de eles não nos atingirem... Mas eu acho que não é uma boa ideia contar com isso.” Pensei.
“O quê eu posso fazer?”
Estávamos em um lugar desconhecido, sem contato com ninguém. Não podíamos voar, senão seríamos atingidos pelas flechas, ou talvez não... Mas era perigoso arriscar. E se ficássemos corríamos o risco de ser atingidos pelos Selion’s dragões. Só havia uma coisa a ser feita. Corri até a direção da sombra mais próxima.

-Selion?! O quê você vai fazer?! – Melody perguntou.

-Tirar a prova. – respondi seguindo em frente.

Ela apareceu na minha frente me impedindo de continuar. Por um segundo pensei ter visto seu corpo coberto pelas sombras, mas o lugar estava escuro, meus olhos provavelmente estavam me enganando.

-Selion, isso é muito arriscado! Você viu o quê aconteceu da última vez que você tentou as coisas só pioraram. Eles agem devagar, temos um tempo para pensar... – ela explicou.

Ela poderia ter razão. Mas esse porém estava me matando! Talvez sejam só hologramas! Talvez nós estejamos tomando cuidado pra nada!
De repente, a expressão de Melody mudou.

-Melody...? Está tudo bem? – perguntei.

Ela pareceu fraca por um instante, e seus olhos perderam o foco.

-M-melody?

Ela começou a cair, mas eu a segurei antes que caísse.

-O quê deu em você? Melody? – chamei-a.

-S-Selion... – ela respondeu.

Olhei para trás dela. Uma de minhas sombras estava atrás dela, com uma expressão maligna no rosto.
Eu liguei os pontos.

-MELODY?! – eu a virei e vi suas costas.

Uma flecha atravessava suas costas, mas estava invisível do outro lado. Cheguei perto dela. Ela não estava respirando.

-Não... Não... Não... – eu a abracei, em choque.

Isso não podia estar acontecendo. Eu não sabia o que fazer, nem o que pensar. Eu entrei em colapso.

-MELODY! – eu gritei seu nome com lágrimas escorrendo pelos meus olhos.

Algo mudou dentro de mim. Uma raiva que eu nunca havia sentido antes floresceu. Quando notei, meu corpo estava pegando fogo. Minhas garras estavam maiores do que nunca e minhas escamas estavam vermelho-sangue. Eu sentia um misto de dor e raiva.
Mais lágrimas escorreram pelo meu rosto. Olhei para cima e notei que estava cercado pelas sombras. Elas não hesitaram. E nem eu.
Nos atacaram com fogo. Um fogo negro que escureceu toda a minha visão. Meu corpo se encheu de chamas, e cobriu a mim e a Melody, nos protegendo.
“Eles a mataram... Eles a tiraram de mim...”
Eu a coloquei no chão com cuidado e me levantei. Eu não iria perdoar, seja lá quem ou o quê criou aquelas sombras.

-VOCÊ NÃO MERECE VIVER! – meu fogo se espalhou por toda a área.

As árvores começaram a pegar fogo, e a sombra da lua sangrenta tremulava sobre mim. Eu fui em direção das sombras, sem poder controlar meus movimentos, e tentei acertá-las. Minhas mãos atravessaram as sombras e eu caí no chão. Me levantei rapidamente a tempo de fugir de um monte de flechas sombrias que caíam do céu. Voltei a me concentrar no fogo, jogando bolas de fogo contra as sombras. Quando o fogo os atingia seus corpos de sombras tremiam, e pareciam se tornar mais fracos por um instante, mas logo depois voltavam ao normal. Tudo aquilo era inútil? Eu não tenho certeza. Eu não conseguia raciocinar direito.
Eu vi Melody deitada no chão, sem vida. Ver aquilo partia meu coração e ao mesmo tempo me fazia perder mais o controle.
Eu sabia o quê estava acontecendo... Eu só temia admitir.
As sombras me encurralaram. Corri na direção delas, pois sabia que eu as atravessaria, e então meus ataques continuariam. Mas não foi assim que aconteceu. Bati com tudo nas sombras. Elas haviam se tornado sólidas. Levantei voo para escapar, mas várias flechas apareceram, e quase me acertaram. Eu voltei ao solo. Eu estava indefeso? Não.
Uma bola de fogo se formou ao redor de mim, e explodiu logo em seguida. Isso deteve as sombras por alguns instantes. O suficiente para eu escapar e contra-atacar.
Eu queria vingá-la. Eu queria matar todas essas sombras, e a pessoa ou coisa que está atrás delas. Eu estava fazendo o certo! Não é?
Uma flecha atingiu minha perna. Rugi de dor. Eu cheguei ao meu limite. Meu corpo começou a ferver, e as flechas que o atravessavam começaram a desintegrar. Uma bola de fogo começou a se formar em volta de mim. Mas ela não parava de crescer, e eu não controlava minhas ações. Logo, toda a clareira estaria coberta de fogo. Isso exterminaria as sombras? Isso era o que eu queria... Certo? Não... Se eu fizesse isso, Melody seria levada embora para sempre... Talvez ainda tenha uma esperança para ela!
A esfera incandescente ao meu redor começou a ficar mais próxima do chão. As sombras atacavam, mas eu não era atingido, e o fogo não diminuía. Eu precisava retomar o controle, ou então eu a perderia para sempre.

-Selion... Pare com isso... – falei comigo mesmo.

Não. Eu não conseguia me controlar! Eu precisava dar um jeito. Mas como? COMO?!

De repente, ouvi um som diferente. Era um grito? E de quem seria essa voz...? Melody...?

domingo, 22 de junho de 2014

Fanfic - Richard - Capítulo 1


Richard - Fanfic
Capítulo 1 - Um pouco do passado de Richard

O que contém nele:
- Como Richard ganhou a sua caixinha sem fundo
- Como Richard se torna uma simples sacerdotisa
- Um pouco do passado de Richard
- Richard se torna uma caçadora de recompensas/ladra
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-Peguem-no, rápido, não podemos deixá-lo escapar mais uma vez!
"Droga, porque sempre acham que eu sou um garoto?"

Nome: Desconhecido
Idade:Aparenta ter 11

"Deve ser porque eu pareço mesmo um. É difícil sobreviver sozinha numa casa perdida no meio da floresta."
-Droga, o deixamos escapar!

  Bom, me deram o apelido de Richard nas ruas. Não sei meu nome realmente. É uma longa história...
  Entrei em uma floresta, não me lembro dela. Há uma trilha por entre as arvores, então achei melhor segui-la.

A trilha dava a uma pequena estalagem. Na TV havia uma notícia passando. Tentei prestar atenção enquanto bebia um copo d'água.

"-Está solto, Richard está solto. A divisa com outras cidades está cercada de guardas. Recompensa de 100 mil moedas de ouro para quem o capturar e o trouxer vivo."
"Droga. Como assim ? Eu só roubei a coroa do rei, para que tanto alvoroço?"
Coloquei meu capuz, e fiz o possível para sair o mais rápido daquela estalagem.

Para minha surpresa, na minha saída puxaram meu capuz que escondia meu rosto. Corri o mais rápido que pude por entra as arvores, tentando evitar a trilha.
Tropecei. Iriam me pegar. Mas, por sorte fui rolando até ficar por debaixo da raiz de uma arvore, e consegui que eles não me vissem. Fiquei lá até escurecer, para ter certeza de que iria viver mais 20 anos no mínimo.

A noite caiu. O frio e a fome tomam conta de mim. Tentei caminhar até a próxima cidade para roubar um pouco de comida.

Não muito mais que 2 horas de caminhada depois, me fez chegar a um poço. Desci pelo balde para ver se encontrava algumas moedas de bronze. Talvez eu pudesse ter um jantar digno esta noite.

Consegui encontrar 5 moedas de bronze, 1 de ouro e 7 de prata. Dava para comer ao menos 2 ou 3 pães. Consegui voltar para cima sem a corda que segurava o balde se quebrasse, e fui em busca de algum lugar para conseguir o que comer. Chegando apenas perto de uma gigantesca montanha, fui a seguindo pelos lados, assim percebendo que a montanha não me deixava continuar. Decidi subir pela montanha para tentar atravessar para o outro lado.
Ao subir, vejo um templo, com lanternas iluminadas. Ainda há alguém acordado. Fui ao templo para perguntar se eu poderia passar a noite lá. Conversei com um monge, ele me deixou passar a noite com a promessa de ser sua aprendiz, e me tornar uma sacerdotisa. Eu não sabia o que era uma sacerdotisa. Mas decidi ficar. Ele não sabia quem eu era pelo menos e eu conseguiria sobreviver por um bom tempo.

1 ano se passou. Acabei saindo do templo sem avisos, decidi ir embora por mim mesma com um belo leque em que eu ganhei quando terminei meu treinamento de aprendiz à um mês, me tornando uma sacerdotisa.
Com isso eu fui embora do templo. Ainda com a coroa do rei, fui tentar vendê-la no mercado negro na próxima cidade.
Chegando à cidade, consegui vendê-la por um bom preço de 10 mil moedas de ouro. E consegui parar num lugar para passar a noite. Ao acordar, meu dinheiro havia sumido. Eu o havia escondido tão bem, e alguém o havia roubado. Fiquei sabendo que o mesmo a quem vendi a coroa, havia pegado seu, o meu dinheiro.
Não tinha escolha, deveria ir me vingar deste ser infeliz.
 
Fui a procura dele, talvez o encontrasse no mesmo local ao qual eu vendi a coroa. Mas lá ele não estava, pelo menos burro ele não era. Então decidi ir andando pelos becos para ver se encontrava alguém parecido com ele. Foi quando eu o vi finalizando mais uma compra. Decidi ver como ele executava seus ataques.

Quando caiu a noite, o homem que havia me roubado estava se movimentando para uma pequena casa. E olhava pela janela. Havia lá o homem por onde ele havia comprado uma clarineta. Ele entrou pela janela e eu fui verificar como ele o fazia para recuperar o dinheiro. Ele pegou um saco de moedas. E saiu pela mesma janela. Sem fazer um mínimo barulho.
Na sua saída, tentei surpreendê-lo com minha navalha, que eu havia encontrado no quarto dos meus supostos pais em minha primeira casa.

- Seu safado, devolva já o meu dinheiro ! - eu disse nervosa.
- Que dinheiro ? Ele já foi de muita gente, agora me dê licença criança, que eu tenho mais o que fazer.

Não aguentei, pulei em cima dele com a navalha apontada para seu pescoço. Não acreditava, mas o fiz. Eu matei um homem.
Fingi que nada havia acontecido, peguei meu dinheiro, um casaco que ele vestia, seus sapatos, mais um cinturão onde havia alguns bolsos. Nos seus bolsos havia apenas fiapos, e uma pequena caixa. Achei melhor não desperdiçar nada e fui embora. Largando ali o corpo do ladrão.

De manhã já havia chegado a um pequeno rio, onde lavei minha navalha para não haver provas. E decidi investigar a caixa. Abri a caixa. E ela era somente escura. A caixa era tão pequena que conseguia caber na palma da mão, não tinha lugar nem para uma moeda. Mas decidi tentar colocar algumas de minhas moedas na caixa.
Assim que colocava as moedas, elas desapareciam na escuridão, pareciam cair num abismo sem fim, elas iam desaparecendo aos poucos até o escuro de dentro da caixa tomar conta da moeda. Tentei com uma outra moeda. E mais outra. E outra. Todas davam o mesmo efeito. Aonde foram parar minhas moedas ? Tentei pegá-las de volta, mas percebi que o quanto mais eu aproximava minha mão da caixa, ela ia diminuindo até eu conseguir colocar toda a minha mão na caixa.
Não precisa dizer que me assustei e tirei minha mão da caixa no mesmo instante. Mas eu fui mais uma vez, pensando nas minhas moedas, e consegui tirar uma moeda de lá. Eu achei estranho, mas não iria questionar o poder da caixa. Mas eu imaginei quantas coisas haveriam ali naquela caixa, mas deixaria isso para depois. Terminei de colocar minhas coisas na caixa e fui continuar meu caminho.

E agora ? O que eu faço ? Eu estou sem objetivos na vida agora... Mas algo tomou conta de mim querendo itens raros e poderosos. Eu precisava de mais itens raros, como a clarineta e a coroa, que no caso deveriam estar na caixa. Decidi então virar uma caçadora de recompensas. Mas não uma caçadora de recompensas normal. Eu iria me tornar uma garota igual ao homem que eu matei. Mas eu mesma iria me esforçar para ganhar meus itens.
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Fim do capítulo 1